29 de abril de 2008

A CULPA É DA HUMANIDADE (A SEMENTE DO APOCALIPSE)



CAPA (TEXTO):

A culpa é da humanidade… e a verdade é que nunca o deixou de ser, somos a “suprema” raça parasita que saqueia o planeta terra até que não existam mais recursos nem meios de sobrevivência disponíveis, por nossos artifícios e vis maquinarias da atrocidade evolutiva, florestas inteiras são dizimadas e animais são torturados e executados dos modos mais sadistas que possamos imaginar. Deste modo se pratica diariamente uma chacina intolerável com pretextos económicos obsoletos, somos os instigadores da banalização destrutiva que permite aos sanguinários capitalistas conceber os seus impérios a partir dos destroços da natureza e do sangue de vítimas animais, e é ao nos conformarmos com a exploração dos recursos que passamos a ser cúmplices daquilo a que médio prazo poderá ser o fim definitivo da civilização e da vida que ainda sobrevive neste planeta debilitado.

Que o obscurantismo corporativo finde agora por meio das nossas consciências!
É essa a única arma que nos permite libertar das correntes que nos aprisionam à artificialidade, à futilidade e ao instinto cego por consumir sem remorsos, cujo alicerça a corrupta elite degenerada desta sociedade em exponencial decadência!

RESISTE CONTRA A LETARGIA… E DESPERTA DE VEZ!



A CHACINA CONTINUA

A civilização humana avança num compasso interminável, e com o seu progresso devastador de aço, cimento e alcatrão, extermina a vida para dar lugar a um futuro condenado a uma realidade mecanizada e severamente uniforme onde não existe lugar para qualquer tipo de apreço pela vida animal alheia que, por meio da conformidade cultural, passou a ser considerada como um objecto cuja razão de existência reverte-se, maioritariamente, para nosso consumo e entretenimento.
Diariamente sofremos uma exposição forçada à propaganda e publicidade, motivada pelas indústrias e seus apêndices económicos, que nos conduz a testemunhar a vida animal e o seu sofrimento com indiferença e cúmplice despreocupação, o próprio conceito antropocêntrico que sempre percorreu a civilização humana e que nos acompanha como um parasita, ergueu-nos num pedestal onde somos induzidos a pensar que é nosso o direito de subjugar a natureza generalizada por sermos os ditos detentores de um racionalismo invulgarmente desenvolvido, que nos atribui a aptidão de sermos a suposta raça superior que escraviza, explora e subordina todas as manifestações de “vida inferior”. Sendo assim, o que poderíamos praticar com a nossa dita “superioridade” racional passou, com o ditar dos tempos, a acomodar-se numa degeneração onde as atitudes, acções, pensamentos e convicções reverteram-se para uma necessidade cega pela acumulação de capital, o que, por meio da corrupção psicológica causada pelo poder, obliterou os conceitos mais primários de ética cujos seriam permitidos pela habilidade de discernimento que o raciocínio abrange.

Com o decorrer da evolução social da humanidade, a organização capitalista foi assim acomodada como o modo padronizado de gerir a civilização e suas actividades, o que deturpou por completo qualquer noção de respeito para com a natureza e pela dignidade comum e individual que poderia existir. Apesar de ser um facto de que o humano pode viver autonomamente sem a dependência do consumo de outros animais, o impulso económico conduz os indivíduos e instituições que alicerçam o capitalismo a praticar a indústria que explora o obsceno sofrimento animal, mesmo apesar de terem o conhecimento dos graves atentados à ética e ao equilíbrio ecológico que esse sádico mecanismo provoca.
E em semelhante plano de vitimação encontra-se a dinâmica civilizacional, sendo que o padrão comunitário a nível humano das classes e hierarquias torna explícito que aos produtores, ou seja, aos que são reduzidos à miséria e à escravatura, não pertence aquilo que por eles é produzido, sendo que os recursos são normalmente canalizados para uma minoria ociosa e ávida por acumular gananciosamente a maior quantidade de capital sem a mínima intenção de livrar os aglomerados populacionais da sua condição indigna, apesar de terem a seu dispor os meios para efectuar esse aperfeiçoamento dos estratos sociais mais afectados.
Sendo assim, uma óbvia conclusão se retira da actividade humana presente: O capitalismo, assegurado pelo autoritarismo e pelo poder, corrompe a sensibilidade individual para com as situações de miséria massificadas. Sendo que o capitalista, já degenerado pela cegante cobiça, atingiu tal estado de egocentrismo que deixou de possuir a capacidade de se inquietar com o sofrimento e os extremos malefícios que as suas actividades produzem, criando assim, em seu torno, um império rodeado de caprichos e excessos exclusivos à elite que partilha semelhante despreocupação e ousadia de desfrutar das suas tão preciosas superficialidades e cúmulos consumistas em simultâneo com o descontentamento populacional que, contudo, não pertence ao seu território protegido por absurdos exageros. Na batalha capitalista, os meios aliam-se às finalidades do modo mais perverso possível e, para a consciência dos “excelsos” monopolizadores, não existe modo mais eficaz de acabar com a culpa proveniente da excessiva produção de miséria que exclui-la da realidade em que se existe, afastando-a dos domínios governados pelos praticantes acérrimos do capitalismo, cujos são os únicos beneficiadores da tragédia por eles causada que é, portanto, o financiamento do sofrimento de terceiros e da destruição ambiental para que se possa levar a cabo uma vida apática e indolente, drenada dos mais básicos princípios de consideração pelo indivíduo comum e pela natureza, onde a única finalidade seja talvez a ainda maior acumulação monetária, o que, devido ao mecanismo maligno e pestilento que essa constitui, causa uma interminável degeneração a todos os níveis possivelmente imagináveis.
Temos a infelicidade de ser esta degenerada elite submersa na ganância que monopoliza os recursos como despojos de uma suposta guerra contra a natureza que o capitalismo venceu, o que afasta qualquer tipo de coerência na sua gestão e utilização; o ímpeto é de praticar um festim ao consumo e explorar, ao mais extremo nível, toda a matéria contida no planeta como se esta não tivesse limites, para assim existir uma acumulação de lucro por entre os “auto proclamados” imperadores do planeta terra e sua criação adjacente, que é tida como um monopólio da teia económica. Por fim, a toda esta actividade pestilenta atribuiu-se o nome de “evolução” e “desenvolvimento”, para que os vitimados não tentassem boicotar o sistema que os conduz ao seu descontentamento e à sentença letal do planeta terra, formando aglomerados programáveis e conformados… primeiro o controlo, e só depois o domínio.
Deste modo se consomem e destroem os solos férteis onde habitavam outrora inúmeras espécies animais e vegetais numa relação de plena harmonia com o seu meio ambiente, e obviamente que com o imparável movimento da actividade proveniente da acumulação capitalista nem mesmo os seres vivos capazes de sentir sofrimento tanto a nível físico como psíquico são poupados a uma exposição de atrocidades lastimáveis e mecanicamente amorais. Tendo em conta que a ganância não tem olhos para assistir às chacinas por ela praticada, progride, marchando para territórios tidos como inimigos, apoiada pelo seu exército de cérebros robotizados e ansiosos por aniquilar qualquer réstia de naturalidade que encontre pelo caminho, dando lugar à conquista evolutiva que assim se propaga, semelhante a um parasita que destrói tudo em seu redor para que possua a maior quantidade de alimento acumulável.

É ao se substituir a natureza pela cidade e pela indústria em constante crescimento exponencial que as comunidades animais se vêem forçadas a refugiarem-se nos domínios artificiais e urbanos com o intuito de procurarem algo que lhes permita a sobrevivência, porque foi-lhes roubado e extorquido os terrenos naturais que antes lhes pertenciam e lhes permitiam existir recorrendo aos recursos ai existentes, que actualmente são ou destruídos ou mantidos de tal modo a que o humano seja o seu exclusivo utilizador.
E face este facto, a última atitude que podemos praticar é a expulsão da vida animal dos nossos ditos “domínios”, não é justo que seres vivos sejam executados, expulsos ou simplesmente excluídos pela simples razão de não obedecerem às necessidades impostas pela sociedade contemporânea; teremos, assim, de ser insubmissos para com a extrema letargia das massas, e apoiar a libertação animal em todos os sentidos, permitir-lhes uma vida que passe pelo direito de existir em dignidade, porque somos nós os culpados da sua miséria, da destruição dos seus habitats, somos nós os verdadeiros instigadores do sofrimento insensível e degenerado que percorre as mentes ávidas pelo consumo e pela evolução imponderada da humanidade que não é, de modo algum, uma demonstração da sua capacidade criativa, mas sim o reflexo do instinto destrutivo decorrente da ávida necessidade para “prosperarmos” de tal modo que sejamos a raça superior, a espécie dominante que possui o poder de subjugar e de construir um império onde toda a criação da natureza é forçada a uma escravidão que obedeça à ânsia humana de absurdo consumo excessivo.
Esta crescente proliferação da máquina capitalista cega-nos com a avareza, e assim prossegue destruindo e torturando sem que os indivíduos tenham sequer a oportunidade de se aperceberem do intolerável sadismo praticado nos seus calabouços de extermínio, o obscurantismo das corporações oculta-nos as realidades das suas práticas, não nos cabe a nós sequer ponderar, quanto mais questionar, deixamo-nos moldar como autómatos programáveis, as elites corrompidas usam-nos como ferramentas que por meio da robotização e da oferta de produtos que sugiram uma maior satisfação letárgica nos tornam em instrumentos que acima tudo alimentam compulsivamente esta situação insuportável. Somos adormecidos pelo consumo, vivos porém sonolentos, máquinas inertes sem significado nem convicções próprias, vítimas da sociedade e seus pseudo moralismos cujo verdadeiro intuito é o de nos acorrentar para que assim não tenhamos ideias nem acções que permitam sabotar o sórdido sistema de extermínio, no qual estamos aprisionados pelos bastardos sanguinários que lucram à nossa custa e com a destruição do planeta terra.

A nossa evolução biológica atribuiu-nos a capacidade de discernir, usando o raciocínio como intermediário, o que está correcto e o que simplesmente não o está; chegou o momento de começarmos a costumar essa capacidade para uma maior coerência em torno da natureza que nos rodeia, e se um simples animal “não humano” não possui a aptidão de compreender que é possível assegurar a sobrevivência sem que para isso se submeta outras espécies animais ao sofrimento, então somos nós, como possuidores da faculdade do raciocínio, que teremos de ter a iniciativa que nos permita contornar a quase mecanização do sofrimento, e que se tornou numa banalidade lastimável à qual culturalmente temos vindo a ser habituados, para que se finde a imensa atrocidade que só descortina o próximo “passo evolutivo”, a transmutação do antropocentrismo num perigoso estado mecanocêntrico, onde a robotização das nossas consciências anula qualquer valor ético que existe ainda a conter a vontade cega de evoluir sem que com isso se pondere nas consequências.
Progressivamente avançamos para uma situação de artificialidade crescente, de mecanização do nosso quotidiano e das nossas vidas, os fúteis produtos a que, sem escrúpulos, nos submetem diariamente induzem-nos a atribuir um valor excessivo e mordaz aos impulsos de obter objectos e situações efémeras que são produzidas pelas imorais indústrias que monopolizam os recursos naturais, e que os usam, sem remorsos, até à escassez.
Como tal, os recursos em geral são obviamente explorados de um modo, na sua totalidade, incoerentes, e não deixa de ser um facto de que se tem vindo a notar uma maior consciencialização conjunta das populações de acordo com a temática ecológica, porém, o sofrimento animal proveniente da sua produção e de grande parte das actividades humanas sofre de uma despreocupação e desinteresse inquietante, a acomodação cultural que as indústrias aproveitaram para benefício comercial perpetuam os mitos sobre uma alimentação (sendo a industria alimentar a mais enraizada em termos de costumes) que não se baseie no consumo de animais, ocultando as realidades sobre o genocídio decretado pelos ditadores da cobiça a quem não pertence qualquer réstia de sensibilidade, sendo que por sua ordem e se de facto isso continuar a representar algum lucro, continuar-se-á com o extermínio até que a última vítima da ganância tombe morta.
A solução para este problema está dentro de cada um de nós, individualmente teremos de acabar com a visão antropocêntrica da humanidade, mas não para uma ausência moral dominada pela robotização, as nossas consciências não podem permitir que os abusos prevaleçam, é impensável e ilegítimo que tenhamos chegado a este plano de desenvolvimento e que ainda consigamos, como unidade, tratar da vida animal como se fosse um objecto inanimado que existe somente para obedecer às nossas necessidades (e que por ventura são facilmente contornáveis) criando campos de extermínio em série onde se inserem o maior número de seres vivos possíveis, em condições atrozes, para se manter o rumo da produção e da exploração a partir da vida animal, abusando do seu sofrimento para que as populações se mantenham alienadas com a “tradição” sangrenta de uma cultura em decomposição.
A indiferença das pessoas para com esta temática auxilia as máquinas corrompidas da ganância, não havendo esforços que permitam uma consciencialização, tanto dos praticantes como consumidores da morte animal, manter-se-á a produção excessiva de sofrimento, e, tanto a nível ecológico, ético como em termos de saúde pública, a prática da indústria que beneficia da morte é absoluta e totalmente insustentável.

De um modo bastante simplificado facilmente se comprova este argumento, sendo que a quantidade de 1350 kg de soja e outros produtos vegetais variados, em termos estatísticos, possibilitariam a sustentação de 22 indivíduos humanos, enquanto que, por meio da produção forçada de gado, essa precisa quantidade daria para alimentar um único indivíduo humano, o que suporta o facto de que a níveis produtivos a manutenção da indústria da morte provoca a escassez de recursos e terrenos cujos se fossem canalizados para uma alimentação vegetariana da população humana, daria um sustento coerente de um maior número de pessoas, para não citar outros bens naturais tais como a água, que seriam mais congruentemente rentabilizados caso não fossem dirigidos para a indústria de produção animal.
Também é tido como facto de que a produção animal, devido à procura de grandes extensões de terrenos aráveis, é uma das principais causas para a desertificação de solos, destruição de florestas e extinção de outras espécies selvagens, esta última pela tendência de se homogeneizar, em determinado território, uma certa espécie única a ser produzida. A consequente e insustentável concentração de animais que são mantidos numa área isolada provoca também a erosão excessiva do solo e perda da sua fertilidade, o que é obviamente preocupante para o uso futuro desses terrenos, já que os torna inviáveis de se restituir num “berço” para novas populações vegetais e animais que ai se poderiam fixar. Outro flagelo preocupante decorrente da actividade de produção animal é a emissão insubsistente de resíduos e dejectos que, devido à sua quantidade excessiva, polui os leitos de água onde são despejados, afectando várias localidades. Em termos comparativos, uma criação comum de suínos produz tantos excrementos quanto uma cidade com 12 mil habitantes, e a quantidade de água necessária para manter uma pecuária é também abismal, sendo que, por exemplo, um único boi, consome diariamente 35 litros de água.
Contudo, as indústrias desta índole atentam não só contra o ambiente mas também contra a saúde das populações, as carnes que se insiste em consumir são bombas químicas impregnadas de produtos inseridos nestas vítimas para a indução do seu crescimento prematuro, dos quais se citam uma série de hormonas e antibióticos que são um risco extremo para o consumidor. A opção vegetariana, ou mesmo vegana (se bem planeada), permite uma substituição nutricionalmente equilibrada que chega até a prevenir uma quantidade imensa de doenças, facultando grandes benefícios na saúde de cada um de nós. Ao contrário do que é afirmado pelos mitos que se perpetuam nas sociedades onde o sofrimento induzido dos animais é uma constante, o abandono do consumo de carne e seus derivados não constitui, de modo algum, uma carência alimentar, o regime vegetariano permite uma substituição coerente de proteínas, vitaminas e nutrientes cujos não se limitam à carne animal, o que valida o facto de que o “consumo de cadáveres” é um mero capricho sanguinário com interesses económicos.
Mas o argumento vegetariano não se extingue nas questões ambientais ou de saúde, há que ter em conta também a vertente ética desta opção de vida (que não se limita à alimentação), seres vivos que sentem a dor e a angústia de sofrer não merecem existir em tais condições, não merecem ser cobaias de experimentações desprovidas de qualquer sensibilidade, não merecem ser meros objectos descartáveis das indústrias que os exploram, não merecem ser fabricados para que a nossa espécie dita “racionalmente superior” possa usufruir daquilo que o seu sofrimento e a sua morte oferecem involuntariamente. Esses são seres vivos que possuem consciência, e que, tal como nós, temem pela sua vida e sentem a pressão do que é encontrarem-se numa situação em que conseguem deduzir que irão ser mortos e torturados, mantidos em condições imorais (cujas não se limitam somente ao momento da sua execução, mas sim no decorrer de toda a existência desde o instante em que nascem), em prol do consumo e da acumulação capitalista dos que promulgam essas situações.

Como tal, é nosso o dever de manifestar, e de, acima de tudo, mudarmo-nos a nós primeiramente, demonstrando para o exterior a força imensa que é restabelecer a libertação à vida animal, assim, unidos, lutando pela dignidade que todos os seres vivos têm o direito de possuir, porque a vida não é um monopólio que possa ser utilizada para o consumo e entretenimento da civilização humana e para a acumulação monetária dos que lucram com a morte e a tortura!

– Bruno F.

ARMAGUEDÃO INDUSTRIAL


Presentemente a raça humana é vítima de um fenómeno chamado industrialização que proliferou e profanou a nossa existência e pôs um termo na relação entre o homem e a Natureza. Este fenómeno tem vindo a expandir-se até pontos nunca imaginados antes. Hoje em dia este avanço é natural, quase que quotidiano e pouca gente consegue ter a sensibilidade para notar que ele está a acontecer. Hoje em dia quase tudo é possível graças à indústria. Será isto verdade? Creio que não. A indústria é apenas uma maneira mais fácil de empacotar em faixas etárias, modas e estilos, maneiras de pensar, religiões e etc. em grupos sociais criando objectos para os mesmos e massificando as pessoas de certa forma (nem que seja em grupos minoritários). A industrialização deu origem às modas e às tendências e à consequente abolição de um toque pessoal num objecto pessoal. De certo modo facilitou muito o nosso trabalho mas ao mesmo tempo acomodou-nos para podermos viver nesta era de movimento e stress incontroláveis.

O Armaguedão Industrial já havia sido profetizado anteriormente em 1909 por Filippo Tommaso Marinetti no Manifesto Futurista, embora não em proporções tão gigantescas como o podemos ver hoje em dia às portas do séc. XXI (além de que Marinetti defendia o avanço tecnológico de um ponto de vista Futurista, mas penso que ele só o fez tendo em conta que estava a haver um “bang” do mundo industrial. Marinetti defendeu uma industrialização primordial, não sabendo até onde ela iria chegar). Maioritariamente o ser “humano” não questiona a industrialização pela sua afeição perante algo que lhe facilita imenso a vida muito movimentada que vive mas que simultaneamente não lhe dá tempo para viver.
As pessoas movimentam-se, trabalham, comem a fast-food á pressa, voltam novamente para o trabalho, vão para casa e fazem as lides num ritmo alucinante que sem repararmos “stressa” o nosso interior e nos envelhece precocemente para ajudarmos a desenvolver uma sociedade que não leva o indivíduo a lado algum senão à morte da sua identidade pessoal para a qual ele não tem tempo sequer para pensar, senão nos fins-de-semana em que mesmo assim às vezes é chamado para ir trabalhar para que esta sociedade continue a avançar para um destino bem conhecido entre nós, a Morte, o fim inevitável. Pois numa sociedade onde predomina a pressa de viver, os empurrões e o sufoco dentro de um transporte público atafulhado de pessoas, também com pressa, até aos fins de semana é possível ser-se chamado quando supostamente se deveria estar a descansar e a dedicar tempo ao seu espaço e à família.
Com o aparecimento do carro (um comodismo que é também um meio de afirmação pessoal, como se certas pessoas fossem - alguém) as nossas vidas ficaram facilitadas para nos deslocarmos num tempo razoável para onde queremos, e cada vez mais o carro irá evoluir para mais rápido, melhor e mais seguro. Mas é o carro um bom meio de transporte? É e não é. Podemos abordá-lo de duas maneiras, numa resposta curta e simples. Ambientalmente o automóvel tem o seu impacto e se todas as pessoas tivessem um a libertação dos gases que os mesmos libertam seria uma ferida considerável no mundo, e começa a ser, por mais que digam que a tecnologia avança para que os motores sejam mais ecológicos e também mais económicos. A contrabalançar no outro lado posso dizer que, o carro é de facto cómodo e apenas existem duas referências óbvias: o ponto de partida, e o ponto de chegada. Visto que já não dá para apagar os erros ambientais e no que respeita à sua deslocação pessoal que o homem fez, a única solução a um curto alcance da minha vista seria investir em transportes públicos ecológicos com base na electricidade, complexificando linhas e aumentando o número de veículos públicos a circular para que mais pessoas pudessem usufruir dos mesmos de forma cómoda e confortável. Isto seria uma boa ideia se eu não achasse que certas facetas da indústria como os transportes são más e nocivas para o atrofio físico e neurológico de um indivíduo.
Os transportes tornam as pessoas vegetais, quase como robôs autómatos, livres de um espírito e sem vontade própria, pois os transportes impõem horários, a consequência da repugnante sociedade actual em que vivemos em que tudo tem de ser cumprido porque se isso não acontecer irá sobrar para nós e o colega do lado (a máxima “Por um, pagam todos.”). E é mesmo este factor que quero frisar. A sociedade evoluiu de tal maneira de modo a se criar uma teia extremamente resistente e inquebrável mas da qual é possível nos abstrairmos (e acredito que dificilmente escapar) através das mais diversas formas que deturpem e choquem o moral e o ético que metem um termo ao campo de acção do homem como indivíduo. O que é a sociedade senão uma teia bastante complexa?

O homem é livre de criticar a sociedade, o meio onde vive. O homem é livre de criticar sem ter votado, pois o homem possui uma voz e a própria atitude do “não votar” já é uma forma de expressão que consequentemente lhe dá o poder da crítica (embora este não votar seja visto como um “não se expressou”, eu vejo-o mais como um “não gosto de nenhum de vós, vou-me cagar para vocês”). Curiosamente somos obrigados a estar recenseados e a votar, a expressar a nossa opinião nula contra a sociedade que nunca irá mudar para melhor. Que fique sabido: eu acredito que a partir de agora será sempre a descer, quer queiram quer não. Contudo acho que está na hora da Mãe Natureza punir o homem pelos seus atentados, está na hora de os animais se tornarem mais ferozes e de se afirmarem perante esta “humanidade” podre que aos poucos e poucos vai evoluindo e tirando espaço para que a fauna e a flora tenham um crescimento saudável e harmonioso. A pouco e pouco caminhamos para um planeta totalmente “humanizado”. Eu sei qual é o próximo passo – é um planeta mecanizado. Escravizado por computadores em autogestão, pelos ruídos frenéticos que fervilham nas fábricas e pelos sopros de morte emanados pelas suas chaminés.

A raça humana está a acabar mas antes da sua inevitável extinção terá de assumir os seus erros, ajoelhar-se perante a Mãe Natureza ancestral e pedir um último perdão pelos danos causados pela sua evolução desenfreada, consequência do capitalismo que a sustenta impiedosamente sem ligar a consequências, porque, hoje em dia é “o hoje” que interessa e não “o amanhã”, porque no fundo todos nós sabemos que não irá nascer “um amanhã” radiante, mas sim trevas anunciadas por nós que irão tomar lugar neste mundo.
Defendo que a humanidade precise de parar no tempo antes de dar um próximo passo, porque cada vez mais os próximos passos se tornam cada vez menos e cada vez mais decisivos. Precisamos de parar, precisamos de pensar, e de parar para pensar para que não sejamos comidos pela nossa criação. Afinal de contas, nós somos deuses (não é verdade?) e jamais nos conformaríamos em nos deixar escravizar pela nossa própria criação. Infelizmente não é assim que funciona pois o que não faltam são métodos atenuantes e mesmo anestésicos injectados nas mentalidades dos “humanos” através dos “mass-media” para que continuem a ver horizontes sem obstáculos e/ou problemas, onde de facto eles existem, ocultos, e apenas podem ser vistos pelos olhos dos que têm a luz e sensibilidade para os ver.

– Pedro E.

A IGREJA É UM VENENO

Todas as manifestações religiosas apoiam-se em especulações sem nenhuma prova factual, derivantes do instinto que o humano possui para explicar aquilo que lhe é inalcançável e “superior a si” de um modo precipitado, devido à óbvia limitação do conhecimento. É através dessa estratégia que lhe é facultada uma situação de falso conforto, impondo o fim do terror e do medo de se encontrar rodeado pelo “desconhecido” e pelo não palpável. A igreja é o local onde, por excelência, se prolifera essa doença da religião, a praga degenerativa que contagia os seus frequentadores.

A igreja manipula a fé das pessoas, explora a necessidade humana de obter o conhecimento do modo mais imediato possível, fazendo-as crer numa falaciosa e inexistente concepção de “identidade superior”, ou deus, com o intuito de acumulação capitalista, abusando do roubo explícito das posses dos crentes.

A igreja monopolizou a imagem de um “messias salvador”, Jesus Cristo, absurdamente mistificado através dos falsos escritos da bíblia, para atrair a população incauta a se dirigir ao seu antro de hipocrisia e extorsão disfarçada.

Ao se frequentar a igreja, está-se a beneficiar a instituição que mais letargia provoca no cerne da sociedade humana, e está-se da mesma forma a contribuir para a manutenção de ideias obsoletas e estagnadoras que, e por meio de concepções abstractas e inexistentes, nos mantêm amordaçados pela repressão metafisicamente autoritária, removendo-nos as réstias que ainda possuímos de autonomia do pensamento!
A IGREJA TEM DE ACABAR, AGORA!



SISTEMA EM DECOMPOSIÇÃO


Observa a democracia, distribuindo a liberdade que rasga os céus até ao seu alvo num local de futuros destroços, ruínas e cadáveres, olha para cima e depara-te com o magnífico exemplo de altruísmo que as nações lançam contra os indivíduos pertencentes a populações que, pelo simples facto de se encontrarem fora de fronteiras imaginárias, têm de receber de braços abertos com uma rajada de destruição eminente a que eles chamam de “luta pela paz e pela harmonia mundial”.
E assim os falsos fundamentos igualitários explodem ao caírem nos territórios inimigos, as bombas que vieram trazer a bonança fragmentam-se no solo e as marés de Napalm deixam no ar o insuportável cheiro a carne queimada que entope as narinas dos que se escondem nos escombros de edifícios tombados sob os solos deste inferno.
O silêncio da morte e do terror é meramente momentâneo, rapidamente se inicia um ruído de cadência vagarosa que anuncia a contagem decrescente para o fim da vida dos últimos resistentes vitimados pela cobardia. Eis que se aproxima a marcha compulsiva dos soldados que vêem trazer a paz sob a forma de balas, nada se pode fazer contra um exército de robôs humanos comandados pela alienante propaganda patriótica que foi directamente injectada no cérebro que nem sequer lhes pertence, a nação da qual são originários tomou posse das suas ideias e ensinou-os a transformarem-se em máquinas de aniquilação que cobrem os olhos enquanto decretam o sofrimento com as suas armas. As paredes inundadas de sangue e os ossos aleatoriamente espalhados por entre rochas e crânios desfeitos são indiferentes para os cavaleiros do apocalipse que semeiam a destruição à sua passagem, a guerra passou a ser um produto da banalidade, vislumbrar o mundo pela mira de uma arma e considerar as pessoas que aparecem no caminho como alvos a serem abatidos é agora obra do quotidiano mecanizado.

Deste modo vítimas civis são forçadas a se sacrificarem para que se mantenha o egoísmo das elites que anseiam pelo domínio do que existe para além das barreiras que delimitam o seu território, e enquanto isso os sobreviventes vêem-se forçados a caminhar sob o pós-guerra por entre os escombros e os corpos falecidos que pela dádiva imperialista foram incinerados e mutilados. São estas as testemunhas do resultado de um sistema falido que se mantém por ordem de líderes megalómanos e egocêntricos, únicos beneficiadores dos conflitos cujas depravadas acções e mentalidades se mantêm ocultas sob um manto de hipocrisia e manipulação das maiorias reprimidas por grilhões de dogmas e leis que nos silenciam e nos levam a ser propriedade de bastardos sem escrúpulos que tornam a guerra na inevitabilidade da defesa de um conceito inútil a que se denomina de pátria.

A sede pelo poder corrompe grande parte dos desprevenidos, o que numa sociedade humana é algo perigosamente contagiante. O sistema democrático limita-se a espalhar essa epidemia pelas mentes do povo (não o poder em si, mas sim a simples noção de que esse conceito abstracto existe a uma distância considerável) para que assim se possa fundamentar as hostilidades armadas e os padrões hierárquicos que na realidade são a origem da maioria dos “atentados sociais” dai decorrentes.
As elites detentoras do autoritarismo corrosivo usam máscaras que se aliam à coerção estatal para disfarçar as suas verdadeiras intenções, pregam por uma panóplia idealística que promove o contentamento das populações, controlando-as, quando o seu verdadeiro desejo é o de dispor do esforço e trabalho de terceiros escravizados que constroem e mantêm o seu império alicerçado com o suor, o sangue e as lágrimas de inocentes que foram condenados a uma existência de exploração por terem tido o infortúnio de nascerem nesta sociedade apodrecida e anacrónica de costumes.
Este sistema está corrompido na sua totalidade, infestado por sádicos que iniciam guerras entre nações para que as indústrias se movam e assim se consiga acumular riqueza por entre os líderes das pátrias. Os indivíduos do povo não passam de mártires revertidos para uma causa da qual nunca tirarão qualquer tipo de proveito, o Estado cospe-nos em cima a vida inteira e cataloga-nos por números, mas quando chega o momento de mais uma guerra chama-nos pelo nome porque necessita de pessoas que possam segurar nas armas que vitimarão os habitantes sufocados por um estandarte manchado de sangue.

Se queremos prevenir a autodestruição do planeta terra e da humanidade, teremos de fazer esforços imediatos para que esta situação acabe, é nosso o dever de não dar ouvidos à propaganda enganosa de fortalecimento nacional ou capitalista, isso não passa de engodo para atrair os incautos aos territórios que foram declarados como inimigos, para que com isso se monopolize os recursos de uma outra pátria cujas intenções são idênticas, se não precisamente as mesmas…
O Estado confunde propositadamente a ordem com a coerção, utilizando a primeira como uma desculpabilização para aplicar a segunda. A maneira como este se dispõe implica que se estruture um apoio de organização vertical desnecessário para que a desordem não se instale na sociedade (quando este é precisamente o causador da miséria que conduz à inevitável desordem), obtendo por este meio um fundamento que permite ter a seu dispor uma força autoritária que controla as populações pertencentes às classes inferiores.
Ninguém tem o direito de declarar um humano como sua posse e de usar a nação, a economia ou mesmo a religião como um pretexto que torna legítimo esse domínio. Enquanto existir essa soberania estatal invocada no conformismo pseudo democrático, nunca ninguém será sua propriedade (excluindo os depravados detentores do poder), e nunca haverá um consenso comunitário que seja justo para o indivíduo cujo seria assim, em cooperação e autogestão com a colectividade “não hierárquica” na qual se inseria, detentor de si próprio e de suas convicções pessoais, em mútuo respeito e compreensão para com as restantes.

Sem comentários: