29 de abril de 2008

A CULPA É DA HUMANIDADE (CRIÁMOS A DEVASTAÇÃO INDUSTRIAL)

CAPA (TEXTO):
Este é um manifesto que, abertamente e sem dissimulações, se declara opositor do capitalismo desenfreado e da atrocidade praticada pelas industrias e, mais especificamente, pelas multinacionais, símbolo supremo da ruína globalizada.
Não podemos permitir que se mantenha a destruição exponencial da natureza nem nunca aceitaremos que se continue a promover de ânimo leve a miséria social que dai advém.

É este o modo que tenho de expressar publicamente a minha indignação para com a desordem injusta praticada por qualquer nação, demonstração de autoridade repressiva ou forma de poder subordinante, tais como os seus meios de nos oprimirem a vida e a liberdade com as suas ferramentas manipuladoras e os seus modos obscenos de alienação.

O AMANHÃ É NOSSO, E ASSIM SE CONSTRÓI O FUTURO!
PROTESTANDO E RESISTINDO!


INTRODUÇÃO

Será possível definir quantos anos regrediu o equilíbrio planetário desde que o humano iniciou a sua dita “evolução”? Tornámo-nos nos anunciadores do apocalipse, animais niilistas e indiferentes que vieram impor à ancestral natureza o seu fim absoluto.
Temos vindo a destruir imponderadamente e à nossa devastação demos o nome de “desenvolvimento coerente”, somente para disfarçarmos o parasitismo maligno que representamos. Declarámos, através do progresso, o ultimato das nossas vidas e de tudo aquilo que existe, existiu ou virá a existir, porque continuando assim nunca haverá um “amanhã”, e é com a evolução desenfreada e maquinal que enterramos o futuro, que assassinamos o planeta terra e toda a sua vitalidade de outrora.

O CAPITALISMO E A INDUSTRIALIZAÇÃO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Não existe nenhuma “impunidade” económica que se erga tão destrutivamente como a instituição industrial (na generalidade), ou ainda mais especificamente, e a um nível de atrocidades superiores, a corporação multinacional, disseminadora da praga capitalista a uma escala global. São atrozes os meios usados para a acumulação monetária de “alguns”, esses, os da degeneração humana, os que batalham para que se mantenha a divisão de classes com o intuito de manter restrito o seu elevado estatuto comodista, inserido na sociedade, a custo do esforço daqueles que sustêm o peso dos detentores exclusivos da riqueza, e que em troca recebem exploração e tantos outros malefícios que os mantêm atolados nas sarjetas da humanidade. A situação actual estrutura-se deste modo, a industrialização é o principal alicerce que mantém o sufoco estatal, que sendo o grande beneficiador dessa “inesgotável” fonte económica, oferece a quem pertence o domínio monetário das industrias a possibilidade frenética de impor regras, leis e dogmas que servem para satisfazer somente aqueles que as criam em detrimento da liberdade do indivíduo comum, infligindo um domínio autoritário praticado para abusar do esforço alheio, do trabalho de terceiros.
Porque é assim que a sociedade contemporânea se organiza, privilegia os que detêm posses materiais, oferece protecção aos déspotas da degeneração económica e industrial, é-lhes permitido usufruírem da sua situação egocêntrica, praticando, de um modo absurdo, o esbanjamento de dinheiro, vil metal e papel, em tais fúteis inutilidades demonstrativas do objectivo de se revelarem como os “superiores”, os que possuem poder, e como tal, que têm a capacidade de subordinar uma mancha de pessoas à qual não é dada, em troca do seu suor, a possibilidade de traçar um caminho que passe pela dignidade, a quem nunca se ofereceu, sequer, a escolha de sobreviver em harmonia, de usufruir da vida, sem repressões, sem autoridades tirânicas, sem a necessidade de opressão causada pela desmotivadora importância atribuída ao estatuto económico, à hierarquia da desordem e do sofrimento.

Como pode alguém aceitar o abominável desrespeito praticado pelos enganadores totalitários do capitalismo, que limitam o direito de liberdade individual a uma qualquer noção mercantilista de bem-estar? Como pode alguém sequer existir numa comunidade contemporânea ocidentalizada, tendo a noção, e em consciência limpa, de que o sistema actual exclui, julga e condena todo o indivíduo que opta por viver independentemente de classes hierarquizadas, em gestão autónoma perante um respeito mútuo entre seres vivos e natureza ambiental em geral? Como pode ainda haver o conformismo estabelecido da desorganização estatal, sabendo que as sociedades mais desenvolvidas e capitalistas (que se acomodaram a esse dito sistema político, e semelhantes), representativas de uma parcela mínima de 20% da população global, extorquem para seu proveito e beneficio próprio 80% dos recursos naturais disponíveis, valor esse que ultrapassa em muito as necessidades básicas e essenciais de uma sociedade equilibrada e realizada? Como é possível que se esqueçam os actos de destruição e morte causados pelos líderes hipócritas de nações imperialistas, que optam por instigar guerras e lançar o terror entre as fronteiras e entre as ideologias, de modo a ocultar o verdadeiro propósito de acumulação capitalista, através da actividade dos sectores de produção bélica e do extravio de matéria-prima que, por conseguinte, possibilita a aquisição desse capital? Que mais explícitos factos poderiam ser apresentados que não estes? Porquê a reverência crescente, porquê o comodismo e a falta de acções/informações revolucionárias no sentido anti-capitalista e a sua subjacente adesão?
A nova era chegou, e a realidade é que já não são somente as nações que podem possibilitar o sofrimento com seus exércitos de cérebros robotizados, com as suas forças de autoridade repressora e com as suas decisões estatais que lá vão perpetuando as divisões no seio da sociedade. Agora, quem está no patamar superior das máquinas opressoras do capitalismo, e principalmente das multinacionais, torna-se imperador reaccionário das pessoas, domina a natureza, é-lhe atribuído o estatuto de proprietário (indigno) de tudo aquilo que aniquila ao desrespeitosamente usar. Sem barreiras nem fronteiras que se oponham à acumulação de lucro, as industrias estabelecem uma produção que seja o mais rentável possível, mesmo que isso signifique, e em modo de exemplo, que se construam campos artificiais de extermínio onde os animais são mantidos e tratados como objectos inanimados, onde são “fabricados” em série para obedecerem às necessidades imponderadas de uma população consumista que foi precisamente remetida para o foco da rotina quotidiana, de modo a que não exista tempo ou possibilidade de se ponderar na possível alteração de valores apodrecidos e degenerativos, população essa dividida e robotizada pela propaganda incitadora ao consumo fútil que proporciona uma satisfação efémera e supérflua, fornecida pelo pântano das corporações e seus monopólios (enquanto que, e simultaneamente, noutras civilizações ou comunidades afectadas pela máquina capitalista, pessoas morrem num compasso interminável, devido ao facto de não terem à sua disposição as necessidades mais básicas para a sobrevivência, tais como o alimento e a água potável). São os membros da população alienada as marionetas reprimidas e famintas por obterem os produtos que têm a marca do sangue, da desigualdade e do sofrimento, tal como do afastamento exponencial entre os pobres e os ricos, que absorvem a falsa noção de que a existência social de cada um só adquire importância e significado quando se mergulha na eterna competição materialista.

Eles temem-nos, a nós que não aceitamos os seus padrões, e assim nos controlam numa tentativa de nos acorrentar ao consumismo, amordaçando-nos quando erguemos os punhos e gritamos palavras de contestação, de verdade libertária! Somos nós a mudança, inspirados pelos ruídos da revolução, movidos pela emotividade que emanam de manifestos apaixonados e eloquentes, pelas vociferações enraivecidas de mais uma voz inconformista, cada indivíduo é uma força mais que necessária, é uma força essencial e motivadora para que se altere a conturbada situação actual, para que sejam desmascaradas as práticas obscuras e ocultas do capitalismo. Eles usam o medo e o terror para que todos pensem que a única realidade possível é aquela mantida pelo capitalismo desenfreado, e que os inconformistas são meros agitadores, vândalos ou marginais frustrados sem causa e sem razão de contestarem, transformam e deturpam as nossas palavras e acções em “ímpetos” inadaptados e niilistas, usam os meios de comunicação para acomodarem as mentes das pessoas à manutenção do seu poderio e domínio… eles, os causadores do desaforo, eles, os manipuladores que verdadeiramente destroem, que criam campos de cultivo intensivos e colossos grotescos de aço e fumo, de progresso obsceno, destruindo e poluindo vastas e sublimes florestas, intermináveis bosques que respiravam outrora vida em abundância, habitats de incontáveis espécies animais e vegetais necessárias ao equilíbrio planetário, e que são assim tão cruel e prontamente dizimadas, extintas, esquecidas em nome do capital. São eles também que usam químicos e pesticidas extremamente nocivos, não só para a natureza mas também para a saúde dos consumidores, em escalas avassaladoras que demarcam a artificialidade da nova era, somente para que se satisfaçam os caprichos do consumo, injectados directamente na fraqueza das elites perigosamente homogéneas e conformistas!
É necessário que se compreenda, as multinacionais usufruem da globalização, impondo ao povo que isso é algo positivo para todos, para a “gente comum” e necessitada, quando o único privilegiado é o detentor de riqueza, e o único factor globalizado torna-se a miséria e o empobrecimento generalizado, enquanto que os lucros, por iniciativa dos instigadores ao holocausto, nunca serão justamente divididos, e irão manter-se nos cofres e nos bolsos daqueles a quem só falta rebentarem pelas costuras de tanto capital que possuem, ou que serão tão simplesmente investidos em tantas outras extravagâncias obstinadas, obscenas e vergonhosas.

Acabemos, aqui e agora, com o capitalismo frenético, ou façamos esforços imediatos para que esse seja, no mínimo, controlado, ponderado! Não estou a pedir para que retornemos a um cenário de civilização primitiva, não vejo propriamente que a solução seja regredirmos de tal modo o nosso conhecimento e a nossa mestria ao ponto de voltarmos a ser uma sociedade selvagem e meramente instintiva, mas não deixa de ser um facto que a actividade industrial necessita crucialmente de ser minimizada a larga escala. Não deixemos que a propaganda alienadora nos leve a consumir sem pensar, sem necessitar, optemos preferencialmente pelos produtos que não abranjam corporações multinacionais, ou tanto quanto possível, sejamos nós os produtores daquilo que compõe a nossa sobrevivência! Temos de ser nós a impor o fim desta praga que, e não a tão longo prazo, irá dizimar toda a espécie animal e vegetal, poluir a água, os solos e o ar atmosférico, de tal modo que será impossível respirar por meios naturais, entre tantas outras atrocidades inimagináveis, porque é assim que se delineia a destruição eminente do planeta terra. Temos de ser nós a voz da contestação, pois só no momento em que se avizinhar a sentença irremediável da destruição é que as corporações, e seus ímpios proprietários, se aperceberão que o dinheiro não se come nem se bebe, nem produz oxigénio nem servirá para mais absolutamente nada a não ser sobras de uma humanidade que teimou em avançar no seu conhecimento só porque podia e porque tinha os meios para isso, não ponderando os malefícios irremediáveis da sua tremenda e grotesca cobiça.

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